segunda-feira, março 17, 2008

O sândalo perfuma.


O tempo passou e parou. Ou parou e passou? Não sei ao certo mas foi-se. Naquele momento cada segundo durava uma eternidade e o infinito era pouco. Muito era o desejo, o prazer e a voz que não queria calar. Um sussuro, um grito, um beijo, meus lábios e os seus. Vários lábios. Meu batom vermelho agora é um borrão em nossas bocas como art - nouveau. Formas livres e orgânicas de expressão. O sexo agora sem tarjas ou censura, ali, acontecendo. E era real. E era mágico. E era assim... Sentir teu beijo em minha cabeça e o teu pensar na minha boca. Teu sexo invadindo o meu e o meu sendo seu. Nos tornamos um só, um só corpo, uma só alma. Tua mão tateando meu corpo como criança que deseja descobrir o mundo. O mundo era ali, o mundo somos nós. E você descobriu. A brisa que batia em meu rosto trazia consigo outras histórias, outras fantasias. A lua nunca esteve tão cheia. Um arrepio, uma vibração. Aconteceu. Você deita em meu peito e eu aliso teus cabelos e sinto teu cheiro natural, teu perfume. As estrelas foram cúmplices de que um dia amei verdadeiramente.

Um comentário:

Júnior de Paiva / Dish disse...

bela forma de descrever a cena...
se esvai pelas palavras secas, suaves e lúcidas...
muito bela a narração!
beijo!