sábado, janeiro 27, 2007

Mulher.

Ela deseja, ela é profana, mulher insana, aqui estás.
Estás aos pés, ou ao revés, mas há de estar.
Não ouve nada, e segue amada, com sua espada será feroz.
E tal o algoz, se sente grandiosa e tal a ambrósia que escorre
em seus lábios deixando - lhes a desejar.
Ela deseja, ela é profana, mulher insana, aqui estás.

domingo, janeiro 21, 2007

Elis!


Eis uma declaração de amor.
Eis uma dor e uma saudade.
Saudade de quem eu nem ao menos conheci...

E por trás dessa saudade se esconde uma voz magnífica, grandiosa, única, especial, sagaz, doce e encantadora. E por trás do encanto, essa pequena - grande mulher: Elis Regina Carvalho Costa, ou simplesmente, pimentinha (e será por que hein?!). Uma das principais personagens na história da Bossa Nova, se destacou pela verocidade, dinâmica, expressão, doçura, jeitinho de menina e aquela voz... Aquela que continua grandiosa, mesmo passados 25 anos que nossa Elis desapareceu. Desapareceu dos palcos, mas não de nossos corações, de nossa história. Foi sem dúvidas, a mais importante cantora da música popular brasileira. Elis teve um longo período de sucesso, de 1965 a 1981. Uniu técnica e perfeccionismo, presentes em suas gravações, à emoção e energia, típicas de suas apresentações. Em sua carreira, lançou diversos compositores como Gilberto Gil, Milton Nascimento, Fernando Brant, João Bosco, Zé Rodrix, Aldir Blanc, Renato Teixeira e Belchior. Começou sua carreira com apenas 11 anos, em um programa de rádio para crianças. Venceu o Primeiro Festival da MPB, em 1965 e em 1975, com o espetáculo ''Falso Brilhante'', que mais tarde virou um disco homônimo, atinge grande sucesso, ficando mais de um ano em cartaz e realizando quase 300 apresentações. O show foi considerado, anos depois, como o melhor da década de 70. Elis também criticou muitas vezes a ditadura brasileira, que perseguiu e exilou muitos músicos em sua época, seja através de declarações públicas ou pelas canções que interpretava. Em entrevista, que no momento não me vem na memória a data, declarou que o Brasil era governado por gorilas (há controvérsias em relação a essa declaração. Existem arquivos dos próprios militares onde ela se justifica dizendo que isso foi criado por jornalistas sensacionalistas). Sua popularidade a manteve fora da prisão, mas foi obrigada pelas autoridades a cantar o Hino Nacional durante um espetáculo em um estádio, fato que despertou a ira da esquerda brasileira. Sempre engajada politicamente, Elis participou de uma série de movimentos de renovação política e cultural brasileiro, destacando a Marcha contra as guitarras, ainda nos anos 60, ao lado de artistas como Gilberto Gil e outros, ainda participou ativamente da campanha pela anistia política de exilados brasileiros. Outra questão importante se refere ao direito dos músicos brasileiros, polêmica que Elis encabeçou, participando de muitas reuniões em Brasília. Além disso, foi presidente da ASSIM, Associação de Intérpretes e de Músicos.
Elis é mãe de três filhos e todos se enveredaram pelo ramo da música, cada um com um pedacinho da nossa bela. Faleceu aos 36 anos em 19 de janeiro de 1982, devido a complicações decorrentes de uma overdose de cocaína, tranquilizantes e bebida alcoólica, mas mesmo assim, continua a ser um orgulho INTERNACIONAL por ter sido quem foi e feito o que fez. Dona da minha alma e do meu coração.